É um artista Surdo e/ou com deficiência residente na Europa e apaixonado por dança, coreografia ou movimento? Tem experiência em liderar processos artísticos?

O Europe Beyond Access convida-o a candidatar-se a apoio de coprodução para dar vida à sua visão artística.

A female wheelchair-using dancer rests on her back. Another female dancer balances on her head using the wheelchair for support - her back arched over the wheelchair.
“Fine Lines” by Roser López Espinosa / Skånes Dansteater / Europe Beyond Access / Photo ©Simone Cargnoni for Oriente Occidente

Estão abertas as candidaturas para artistas europeus Surdos e/ou com deficiência que procurem coprodutores para novos trabalhos artísticos baseados na prática de dança, coreografia ou movimento.

Este open call é lançado pelo Europe Beyond Access, um consórcio de dez das principais organizações europeias de dança e artes performativas. O Europe Beyond Access apoia artistas com deficiência e/ou Surdos a desafiarem os limites do sector das artes performativas contemporâneas e a tornarem-se os próximos líderes artísticos da Europa.

Queremos apoiar os artistas na realização de trabalhos mais ambiciosos e inovadores.

O Que Oferecemos

Oferecemos apoio de coprodução entre 15.000 e 40.000€ para cada projeto.

Oferecemos oportunidades de apresentação pública em dois ou mais espaços, companhias ou festivais dos nossos parceiros.

O prazo para  a primeira fase de inscrições é 19 de maio de 2024.

Após este prazo, os projetos pré-selecionados entrarão num período de desenvolvimento de ideias e discussão com os parceiros do EBA. Depois, em setembro de 2024, os candidatos apresentarão uma nova candidatura mais detalhada.

Serão apoiadas no mínimo três novas produções artísticas ou projetos.

Quem Pode Inscrever-Se?

Se se autodefine como Surdo ou deficiente, é elegível para se inscrever.

As coproduções do EBA podem ser lideradas por um ou mais artistas Surdos e/ou deficientes ou por coletivos que incluam artistas com deficiência em posições iguais de liderança.

A inscrição  deve ser feita pelos artistas principais Surdos e/ou deficientes ou por aqueles que trabalham em colaboração. Estes artistas deverão ter experiência prévia na realização de trabalhos em contextos locais, nacionais ou internacionais.

As propostas podem vir de artistas independentes, com ou sem produtor ou apoio à produção, bem como de artistas que trabalham com empresas estabelecidas.

Estamos abertos a receber propostas de projetos que já tenham ou venham a ter outros coprodutores ou outros financiamentos. Iremos perguntar mais informações sobre isto no processo de inscrição.

Os artistas devem residir num dos países da União Europeia ou em qualquer um dos seguintes países: Albânia, Arménia, Bósnia e Herzegovina, Geórgia, Islândia, Kosovo, Liechtenstein, Montenegro, Macedónia do Norte, Noruega, Sérvia, Suíça, Turquia , Tunísia, Reino Unido e Ucrânia.

O Que Procuramos

Queremos apoiar os artistas a realizar trabalhos mais ambiciosos e inovadores. Esta poderá ser uma primeira produção internacional e/ou um projeto que inclua mais colaboradores. No entanto, as propostas devem ser exequíveis e constituir o próximo passo lógico na sua prática ou carreira.

Procuramos novos trabalhos que possam ser apresentados em dois ou mais epaços ou festivais nossos parceiros. Somos flexíveis na forma como os trabalhos podem ser apresentados, mas devem ser flexíveis para serem exibidos em diferentes locais.

Procuramos novas ideias e projetos liderados artisticamente por artistas Surdos e/ou com deficiência. Procuramos projetos que se baseiem na prática de dança, coreografia ou movimento ou que utilizem diferentes disciplinas que explorem o corpo e o movimento.

Procuramos projetos que sejam apresentados em palco ou num formato alternativo (por exemplo filme, instalação ou obra site-specific).

Procuramos trabalhos da mais alta qualidade artística.

As ideias e projetos enviados podem estar em diferentes fases de desenvolvimento, mas ainda não devem estar em produção.

Existem dois outros documentos com mais informações:

As inscrições devem ser submetidas através da plataforma, seja por escrito, por gravação áudio ou em Língua Gestual em suporte vídeo.

O formulário de candidatura está aqui!

Esclarecimentos Adicionais

Este documento responde a algumas das questões sobre o nosso Open Call para coproduções.
O documento original da candidatura pode ser encontrado neste link.
O Guia de Candidatura (que incluí algumas Perguntas Frequentes) pode ser encontrado neste link.
Os candidatos são encorajados a ler todos os documentos antes de iniciarem a sua candidatura.
Uma gravação do Webinar de Informação para Candidatos pode ser encontrada neste link. A gravação está em inglês, mas pode selecionar legendas traduzidas.

Pergunta Frequente – LIDERANÇA COM DEFICIÊNCIA

O EBA adota o Modelo Social da Deficiência. O próprio saberá se se identifica como pessoa com deficiência devido às barreiras sociais do setor cultural.

Não será solicitada nenhuma prova ou certificado.

O EBA apoia trabalhos liderados por artistas com deficiência física, deficiência sensorial (como Surdez ou deficiência visual), deficiência intelectual ou dificuldades de aprendizagem, doenças crónicas e neurodiversidade.

Nesta open call estamos interessados em trabalhos liderados artisticamente por artistas Surdos e/ou pessoas com deficiência.

São elegíveis projetos em que a liderança é partilhada entre líderes artísticos com e sem deficiência (por exemplo, como co-coreógrafos). No entanto, na parceria, o artista com deficiência deve estar em igualdade de posição de liderança (não como assistente de encenação, por exemplo).

Projetos em que uma companhia liderada por pessoas com deficiência convida um coreógrafo sem deficiência para trabalhar com a companhia NÃO são elegíveis. Nesta open call procuramos obras em que um artista com deficiência esteja na posição de diretor artístico.

Pergunta frequente – COLABORAÇÃO INTERNACIONAL

São bem-vindos projetos em que artistas de um país colaborem com artistas de outros países.

É importante salientar, porque em alguns países há poucos artistas com deficiência experientes ou não existem (devido a barreiras no sector cultural local).

É possível convidar um coreógrafo ou diretor com deficiência de outro país para trabalhar consigo ou com o seu coletivo. Neste caso, deve discutir o projeto com o artista convidado proposto, antes de enviar a sua inscrição.

Pergunta frequente – GEOGRAFIA

Recebemos muitas perguntas sobre que combinações de artistas ou companhias são elegíveis. Não é possível dar resposta a todas as combinações; no entanto, pedimos que considere três fatores:

  1. O Espírito do Open Call

O nosso projeto chama-se Europe Beyond Access e tem como objetivo apoiar artistas Surdos e com deficiência que trabalham no contexto europeu. Embora recebamos candidaturas em que um artista ou companhia europeia pretende trabalhar com um colaborador não europeu, a proposta deve ter um impacto direto no setor cultural europeu.

A nossa ambição é que os trabalhos selecionados continuem em digressão pela Europa muito depois de termos terminado o projeto (embora isso não seja um requisito da candidatura).

  • Finanças e Logística

Trabalhar com artistas de fora da Europa pode ter um custo mais elevado e ser mais desafiante do ponto de vista logístico. Também pode criar desafios adicionais em relação aos vistos de trabalho, por exemplo. Lembre-se de que esses desafios financeiros e logísticos terão de ser resolvidos por si. O EBA contribuirá financeiramente para o seu projeto e poderá, por vezes, oferecer aconselhamento ou apoio adicional, mas a produção será sua. Deve conseguir resolver os desafios financeiros, logísticos e jurídicos que o trabalho com artistas fora da Europa pode implicar.

  • Elegibilidade

Tendo em conta os pontos 1 e 2 acima, somos flexíveis na definição da elegibilidade geográfica dos projetos.

  • Se a maioria dos participantes e a produção estiverem baseados na Europa – é elegível.

ou

  • Se o artista principal for da Europa e o trabalho for realizado na Europa – é elegível.

ou

  • Se a maioria dos artistas participantes for da Europa – é elegível.

Exemplos

  • Se uma companhia francesa pretende convidar uma bailarina senegalesa para se juntar neste trabalho – é elegível.
  • Se uma companhia espanhola deseja colaborar com uma companhia norte-americana, que trabalha em Espanha, e bailarinos de ambas as companhias trabalharão juntos no projeto – é elegível.
  • No entanto, se uma companhia sul-africana, que quer trabalhar na África do Sul, mas deseja trazer um coreógrafo do Reino Unido para a África do Sul para a criação, e planeia fazer uma digressão na Europa apenas para os parceiros do EBA – não é elegível.

Pergunta frequente – DANÇA E MOVIMENTO

É frequente a pergunta sobre quão próximos do contexto da dança os trabalhos precisam de estar para serem elegíveis.

Lembramos que os 10 parceiros do EBA incluem uma companhia de dança (Skånes Dansteater), um espaço de dança (Mercat de les Flors) e dois festivais de dança (Holland Dance Festival e Oriente Occidente).

Sugerimos que considere onde realizaria o trabalho no seu contexto local. Apresentaria o seu trabalho num espaço ou num festival de dança? Ou faria mais sentido noutro contexto, como um festival de teatro? Se a resposta não for um contexto de dança, poderá querer reconsiderar a proposta do projeto.

Os parceiros estão muito abertos a propostas que se situam na fronteira da dança com outras disciplinas, como o teatro, a performance, o cinema e a música.

No Webinar Informativo para os Candidatos, que pode encontrar no site Europe Beyond Access, Christina Liata, da Onassis Stegi, partilha claramente sobre o seu desejo de ver trabalhos de natureza interdisciplinar.

  • Porém, se propuser uma peça em que os personagens só dancem em um ou dois momentos – não é elegível.
  • Se propuser um projeto de artes visuais em que bailarinos surjam como sujeitos – não é elegível.
  • Se propuser uma noite de cabaret em que um bailarino seja um dos muitos artistas – não é elegível.

Questão Específica – TRABALHO PARA O PÚBLICO INFANTIL E JOVEM

Muitos dos programas dos nossos parceiros são especificamente para públicos infantis e jovens.

No entanto, todos os parceiros considerariam trabalhos de alta qualidade que possam atrair o público familiar, incluindo crianças e jovens – mesmo que, por exemplo, alguns parceiros não apresentem trabalhos ao público escolar. Por isso, os parceiros acolhem propostas que se destinem a um público jovem.

Questão Específica – OBRAS QUE ENVOLVEM ARTISTAS ADOLESCENTES

Propostas que envolvam artistas adolescentes são bem-vindas, mas é importante salientar que o trabalho deve ser de alta qualidade artística.

Todos os parceiros apoiam projetos participativos ao nível local. No entanto, ao apresentarem trabalhos estrangeiros, procuram novas ideias para o setor local – e o trabalho internacional deve ser da mais alta qualidade.

Reconhecemos que muitos artistas com deficiência enfrentam grandes barreiras para se tornarem artistas profissionais. Não precisamos que os artistas participantes tenham seguido uma formação ou desenvolvimento profissional específico para serem considerados de alta qualidade.

Além disso, conhecemos vários criadores de dança europeus interessantes que trabalham com adolescentes ou outros bailarinos não profissionais, mas que criam trabalhos de elevada qualidade artística. Muitas vezes, estas obras exploram precisamente os corpos não-treinados dos artistas participantes.

Para nós, a qualidade do trabalho é mais importante do que o estatuto formal “profissional” dos artistas.